RESUMO
Este artigo objetiva compreender a mobilização subjetiva que surge na atividade de trabalho de profissionais que realizam Vigilância em Saúde do Trabalhador (Visat). Participaram deste estudo cinco trabalhadores, de ambos os sexos, de um Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) da capital de um estado do Nordeste do Brasil, os quais foram entrevistados nos meses de janeiro e fevereiro de 2020. Os materiais produzidos foram analisados à luz da Psicodinâmica do Trabalho. Os resultados mostram que sua fonte de sofrimento está ligada ao que é vivido pelos trabalhadores das empresas que passam por Visat, cujos problemas relacionados à precarização muitas vezes ficam sem solução. Ao lado disso, aqueles que fazem Visat também se percebem muitas vezes precarizados em seus salários, vínculos e condições de trabalho. Finalmente, a falta de estrutura e investimento em saúde do trabalhador, assim como a legislação
This study aims to understand the subjective mobilization that arises in the work activity of professionals who perform Worker Health Surveillance (WHS). In total, five workers of all genders from a Worker Health Reference Center (WHRC) in a capital city of a Northeastern state in Brazil participated in this study. They were interviewed in January and February 2020. The materials produced were analyzed in light of Work Psychodynamics. Results show that their source of suffering is linked to what they experience in companies undergoing WHS, whose precarization-related problems often remain unresolved. In addition to this, those who perform WHS also often perceive themselves as in precarious situations regarding their salaries, job security, and working conditions. Finally, the lack of structure and investment in workers' health and legislation (particularly at the municipal level) pose significant challenges for them to carry out their work